sábado, 14 de maio de 2011

PMs de Aragarças são absolvidos por júri

Dois policiais militares do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) de Aragarças, município localizado a 410 quilômetros da capital, na divisa com o Mato Grosso, foram absolvidos, na madrugada de ontem pelo 2º Tribunal do Júri de Goiânia, pelo assassinato de João Paulo Sales Bezerra e Rosilvado José de Almeida e pela tentativa de homicídio de uma terceira pessoa, em 11 de fevereiro de 2008. O corpo de jurados entendeu que não foram apresentadas provas da participação de Neydimar da Silva Camilo e de Odair da Silva Camilo nos crimes.

O julgamento foi realizado em Goiânia a pedido do Ministério Público, que temia que os réus pudessem atemorizar os jurados da região. Além de Neydimar e Odair, foram acusados dos crimes outros cinco policiais. Porém, Celso Pereira de Oliveira, Gustavo Rocha, João Oliveira, Vandir Silva e João Oliveira Diniz Júnior foram levados a julgamento em março passado. Apenas Celso foi condenado. Ele foi sentenciado a 19 anos e 10 meses de reclusão.

Os PMs foram acusados pelo órgão ministerial de integrar um grupo de extermínio na região de Aragarças. De acordo com a denúncia do MP, a onda de assassinatos teria começado em março de 2007. Os policiais supostamente atuavam em dupla, sempre comparecendo ao local dos crimes em uma motocicleta. Os demais envolvidos acobertariam os homicídios quando estavam de serviço.

Os crimes, conforme a peça acusatória, seriam encomendados pelo tenente Neydimar da Silva Camilo, que era o comandante da viatura usada nos homicídios. Acolhendo tese da defesa, feita pelo advogado Ricardo Naves, contudo, tanto Neydimar quanto Odair foram considerados inocente das acusações.

BarConforme a peça acusatória, as vítimas do processo julgado ontem pelo 2º Tribunal do Júri, presidido pela juíza Maria do Socorro de Sousa Afonso da Silva, estavam em um bar, na Avenida João Alberto, em Aragarças, quando uma moto Biz vermelha se aproximou. O passageiro, no caso o sargento Celso, desceu. Ele teria determinado a todos que estavam no local que se deitassem no chão. João Paulo e um amigo, que eram os alvos, saíram correndo. O primeiro morreu no local, mas o outro, mesmo tendo sido ferido, fugiu. Rosilvado foi morto porque viu o PM.

A exemplo do que fez ao longo do processo, o rapaz que quase foi morto foi quem garantiu ter reconhecido Celso como o autor dos disparos. Foi o depoimento dele, no último dia 22 de março, que garantiu a condenação do PM. Por segurança, a vítima foi incluída no Programa de Proteção a Testemunha, do Ministério da Justiça.

FONTE: www.opopular.com.br

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